A Corrupção Política no Brasil

 

A corrupção política incomoda mesmo!!?

Se existe uma questão neste país que incomoda o cidadão trabalhador, aquele que dá um duro danado para cumprir honestamente os seus deveres e pagar seus impostos,  é ver na televisão ou ouvir no rádio ou ainda ler uma notícia em que se fala sobre a corrupção política envolvendo os gestores dos bens públicos, exatamente aqueles que deveriam defender e buscar  com esmero o bem-comum. 

Na cena seguinte, esse mesmo cidadão agora sente uma indignação profunda, fica irado e até se revolta. Mas por se sentir impotente diante da mão opressora do Estado e dos agentes públicos e sem enxergar alternativas eficientes para canalizar suas frustações, muitas vezes, embora ele esteja bem inconformado, decide não tomar aquelas atitudes que, no calor da emoção, ele julgava serem urgentes e necessárias, a fim de acabar com os desmandos ou a falta de seriedade com a coisa pública. Por que isso ocorre? De quem é a culpa?

Alienação política

Identifico na alienação política, uma face intrigante. O mesmo indivíduo tem  uma forte aversão a tudo que se refere ao mau uso do dinheiro público: os desvios de recursos de toda ordem; o caixa 2; as propinas; as negociatas e acordos clientelistas; a corrupção ativa e passiva; a lavagem de dinheiro;  a formação de quadrilha e enfim, toda espécie de falcatrua, é o mesmo que vai levando sua vida normal, sua rotina diária e sem dar forma e força à sua indignação.  Ele até pensa que não adianta fazer nada mesmo. E ele imagina que as coisas são assim mesmo, sempre foram e vão continuar sendo e acaba por concluir: “Se nada vai mudar mesmo, porque eu  vou me estressar com isso?” E, por fim , acredita: “A política é suja mesmo, e eu quero é manter distância de tudo isso”.  E, agindo assim, nessa atitude de conformismo, passividade e alienação, é aí  cidadão onde reside o combustível dos maus políticos.

Ética na Política

Acredito sinceramente que a Política é o caminho mais seguro na busca do bem-comum. Almejo profundamente uma Política que seja exercida com ética, honradez e real espírito público, em que o presidente da República, ministros, governadores, prefeitos e vereadores, deputados e senadores,  membros do Poder Judiciário,  dirigentes de empresas estatais ,  concessionárias públicas e  de órgãos governamentais, enfim, todos que de algum modo detêm o poder instituído, tenham atitudes, condutas e ações corretas. Se cada cidadão e cada eleitor tomar uma postura séria e até de grandeza cívica, esse cenário que apresento e que, em certa medida, tem cara de sonho ou utopia, poderá um dia se materializar. A Lei da Ficha Limpa está aí pra dar uma força!

Gramsci diz que devemos ser intelectuais orgânicos, ou seja, aqueles que exercem influência  dentro do seu raio de ação profissional ou  na comunidade  onde vivem e até  mesmo em sua família e são formuladores de opinião e que buscam imprimir uma nova cultura e  são, por isso mesmo,  de natureza contra-hegemônica.

Ética pessoal

A atitude ética deve começar em cada um de nós, nas pequenas coisas da vida diária e devem ser incorporadas ao nosso estilo de vida. O cidadão, em suas relações interpessoais e  na interação com os agentes públicos, deve abandonar o jeitinho brasileiro, com seus ares de esperteza e envolto no desejo de levar vantagem em tudo, baseado na conhecida Lei de Gerson. Deve-se buscar a correção de atitudes, o cultivo de valores éticos que espelhem uma nova maneira de fazer as coisas: nos negócios, no trânsito, ao telefone, na família, no trabalho, na vida pessoal e até nas redes sociais. Assim, sem medo de parecer piegas, defendo que se deve abandonar a mentira, o engano, a dissimulação e o dolo. Enfim, a mudança do todo, começa na parte.  A mudança  social que buscamos deve começar em cada um de nós!

Seria interessante refletirmos  que a classe política que temos aí, gostemos ou não, é egressa de nossa própria sociedade, fruto do nosso voto. Você já pensou sobre isso? 

8 respostas em “A Corrupção Política no Brasil

  1. Ótimo texto e abordagem. Precisamos de mais pessoas assim para mudar nosso País. 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

  2. Olá Cláudio,
    Me identifiquei inteiramente neste seu “post”. Mas ao invés de me conformar com isso, me distanciei inclusive fisicamente. Acredito sim no seu pensamento que para haver mudança no todo, devemos mudar primeiro individualmente. Mas tenho pressa, não tenho a vida toda pra esperar alem de não acreditar que as coisas irão melhorar ainda nesta geração ou mesmo na dos meus filhos. Acredito que devemos pagar impostos sim, e muito, mas não para serem desviados e mal utilizados. No Canadá pagamos impostos, o imposto de renda é maior que o daqui, mas em contrapartida, temos saúde, educação e segurança de qualidade e gratuita! Escolas particulares são excessão e normalmente de qualidade igual ou mesmo inferior que a pública. Corrupção existe sim, mas contrariamente ao Brasil, quando descobertos, os corruptos são punidos sumariamente. Gosto muito do Brasil mas o que estraga é a qualidade das pessoas que nele habitam. Um povo ignorante, que se vende por migalhas em troca do voto, merecem o governante que elegem. Já tive interesse político, mas como vc mesmo disse, cansei de ficar com raiva da situação e meu voto, que antes era orgulhoso, virou obrigação. Vi no Canadá uma oportunidade de exercer minha cidadania e dar uma melhor qualidade de vida e educação para meus filhos sem ter que esperar reencarnar para ver um Brasil melhor.
    Sei que, como cientista político, vc não concordará com minha opinião, mas é o que eu sinto e o bem estar da minha família esta acima de qualquer interesse político. Desculpe pelo longo desabafo!
    Um abraço,

    • Caro José Roberto, que bom que você se identificou com minhas colocações, neste tema. Embora discorde mesmo de alguns pontos de sua visão, tenho inteiro respeito por sua decisão de vida e entendo suas argumentações, e de antemão agradeço pela liberdade em fazer seu desabafo aqui. Mesmo morando no Canadá, quero que você continue interagindo politicamente neste espaço que considero bem democrático. Sinceramente, vejo em suas palavras, apenas sentimentos de inconformismo com a situação política e econômica do Brasil, mas não atitudes de alienação política. Se desejar “seguir” este blog, cadastre o seu email e de depois confirme. Assim, tudo que for postado neste blog, você receberá de imediato. Por fim, você será sempre bem-vindo aqui e obrigado por sua visita. Um forte abraço, Claudio.

  3. Excelente abordagem Cláudio. É justamente o desinteresse de pessoas honestas e capacitadas pela política que faz com que marginais e/ou pessoas de pouca ou nenhuma formação cultural (e principalmente moral) ocupem a maioria dos cargos mais importantes do país, se considerarmos ainda as indicações políticas para o Judiciário e Tribunais de Contas, além de Secretarias de Estado e Ministérios, a coisa fica ainda mais complexa. Claro que há pessoas de bem indicadas politicamente e competentes mas não é necessariamente um pré-requisito. Honestos desse Brasil, univo-os e ocupai cargos políticos no País mas mantendo seu caráter.

    • Ronnie, obrigado por sua contribuição para ampliar esse debate. Considero suas colocações pertinentes e gostei de sua conclamação à participação dos honestos a se envolverem politicamente e se manterem incontaminados ao exercerem seus mandatos. Um forte abraço, amigo. Claudio

  4. Ótima abordagem Cláudio… Acredito que a política brasileira pode mudar sim, é como diz o Ministro Marco Aurelio de Melo: ” A sociedade não é vítima e sim Autora, é a responsável pelos políticos que estão aí…” As pessoas estão acostumadas com tanta corrupção e mensalões da vida… A partir do momento que nascer um interesse na Sociedade por política as coisas serão diferentes, será onde começará a mudança.

    • Ailton, conto contigo amigo, que já é quase um cientista político, nessa tarefa urgente de estimular a participação política das pessoas e na confirmação dessa visão da necessidade de um processo de mudança. Obrigado. Um forte abraço, Claudio.

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