Saúde Pública: a Vida por um fio.

Um direito básico:  viver com saúde

Nos dias atuais, como tem sido banalizado o respeito que se deve ter com a vida das pessoas. O cidadão tem o direito constitucional de receber atenção e cuidados médicos, sejam preventivos, curativos ou emergenciais de qualidade e  de forma inclusiva. A cena que se vê diariamente nos hospitais  e postos de saúde diferem completamente das condições das unidades de saúde mostradas nas propagandas governamentais veiculadas pela televisão, por exemplo,  onde a gentileza, o cuidado, a atenção e a higiene  ali demonstradas, mais parecem peças de ficção, uma vez que estão distantes da realidade,  o que nos leva a perguntar: onde, neste país, a saúde pública é praticada com tanto esmero, qualidade e conforto?

A Saúde Pública no Brasil

A situação da Saúde Pública vem se arrastando ao longo de décadas no Brasil e tem-se agravado por diversos motivos: o crescimento populacional, o que gera uma  maior demanda pelos serviços de saúde;  o baixo aporte de recursos destinado ao setor  da saúde em relação ao PIB, pois,  embora  esse volume tenha crescido nos últimos anos, ainda são insuficientes para suprir  todas as necessidades da população;  os  constantes desvios de recursos públicos, a corrupção generalizada e a gestão fraudulenta, em todos os níveis de poder e por  diversas formas, têm sido a principal razão das carências de assistência médica  de qualidade na rede pública do país.

Os cidadãos, principalmente os pertencentes à população mais pobre, sofrem nas emergências dos hospitais, em filas intermináveis para marcação de consultas, na longa espera para a realização de exames para diagnóstico de enfermidades, bem como,  no atendimento para o correto tratamento de doenças.

Outra questão, passa pela formação do médico brasileiro que, embora encontremos algumas “ilhas de excelência”, a grande maioria da população é atendida por profissionais com enorme despreparo para o atendimento em serviços de saúde pública. Haja vista, a grande quantidade de erros médicos denunciados pela mídia, todos os dias, deixando  a Vida por um fio.

Soluções para o problema de Saúde pública

O que fazer para tirar a saúde pública da UTI? A resposta para essa pergunta  não é fácil e, na verdade, é realmente complexa, pois envolve a decisão dos detentores do poder, em priorizar  e maximizar a canalização de recursos para a área da saúde,  de forma diligente e estratégica.  No entanto, deve-se  evitar  que a má gestão da coisa pública persista,  por meio da manifestação popular ou por instrumentos legais, exigindo que a accountability e transparência necessárias permeiem todo o processo.  Sem dúvida, o envolvimento e a participação das pessoas nas políticas públicas  é  de fundamental importância para a boa gestão da saúde pública no país, seja denunciando atos ilícitos ou ainda,  monitorando os atos dos agentes públicos, incluindo os  atos da presidência da República, dos deputados e senadores, dos governadores, dos prefeitos e dos vereadores ou de seus concessionários.

O que não dá  pra continuar é  a atitude avestruzesca do cidadão de apenas esperar o “favor” do governo e de continuar na passividade e na alienação política, embora ele esteja vivenciando constantemente essa calamidade na saúde pública.

É bom deixar claro uma coisa: Se realmente queremos mudanças devemos agir naquela direção. Quantas pessoas ainda precisarão sofrer ou morrer para que algo seja feito?  Pois, tanto o governo quanto os cidadãos, nesta questão, devem mudar suas posturas, a fim que a saúde pública deixe de ser apenas um discurso de retórica  inflamada, em tempos eleitorais.

Cidadão: Política se faz todo dia e não a cada dois anos. Faça de seu voto, um instrumento de luta e de mudança!