O Combate à Alienação Política
O Brasil precisa mudar, principalmente, em relação ao modo como as pessoas veem e se relacionam com a Política. Já analisamos, neste blog, as razões da alienação política dos brasileiros, levantando questões que passam pelo descrédito, pela desconfiança e pela desesperança da população em relação à forma como a coisa pública tem sido tratada neste país, o que tem gerado no cidadão honesto, a visão de que “os políticos são todos corruptos e eu quero é manter distância deles”. Entendo que a população está cansada de escândalos financeiros, mensalões, corrupções e falcatruas de toda espécie cometidas exatamente por seus governantes. A verdade é que a população está farta de assistir aos descaminhos dos recursos públicos, advindos dos extorsivos impostos cobrados pelo Estado, e que deveriam ser empregados, com toda diligência e estratégia, em políticas públicas inclusivas, tais como a educação, a saúde e a segurança pública.
Mas eu pergunto: O cidadão, ao afastar-se do processo político e ao abdicar-se do controle social dos agentes públicos, vai fazer com que as coisas melhorem para si e para todos?
A atitude de conformismo, passividade e alienação do cidadão alimenta a proliferação de maus políticos. O cidadão deve ser participativo, atuante e presente na vida de sua comunidade, pois ele é peça fundamental no processo de controle social efetivo e no monitoramento da gestão da coisa pública. Advogo que as pessoas de bem, aquelas que são corretas, que são íntegras e honestas e que respeitam o direito de seus semelhantes, jamais deveriam se afastar do processo político, pois essa atitude tem fomentado a participação política de espertalhões que querem apenas viver DA política e se servirem dela, em seu próprio benefício e de seus correligionários, e não buscam viver PARA a política, portando uma vocação autêntica, o que redundaria em benefícios a todos, indistintamente. Lembro ainda que, a Ética na Política é um caminho seguro na busca do bem comum!
A Participação na Vida Política
O cidadão precisa estar atento a seus direitos, mas também tem o dever de ter uma presença mais efetiva na vida política do país e de exercer a sua cidadania; precisa se informar em canais corretos, antes de votar em determinado candidato, informando-se previamente, se ele realmente tem ficha limpa; precisa ser atuante na divulgação de ideias que visem o bem coletivo, por meio das redes sociais; precisa participar de encontros comunitários e de associações de bairro e na escolha dos conselheiros tutelares. Enfim, deve escolher com consciência os seus líderes locais, estaduais e nacionais; deve sempre trocar ideias com seus amigos, parentes e colegas de trabalho, ou seja, deve disseminar em seus contatos pessoais, as ilimitadas e reais possibilidades da via política para a solução de questões e problemas que interessam de fato a todos, simplesmente fazendo opção por boas escolhas.
Nessa linha de pensamento, o cidadão precisa estar atento de que o alienado político é aquele que não quer ou se recusa a participar da vida política e a exercer de fato a sua cidadania; tem total desinteresse por todas as questões políticas; pouco se interessa em acompanhar ou investigar os atos de seus governantes e ainda confia cegamente o seu destino a alguns líderes políticos, creem em “salvadores da pátria” e em caudilhos, pois afinal, em sua visão “são eles que entendem de política, e portanto, farão o melhor para o bem de todos”. Será mesmo?
Enfim, o alienado político não questiona e nem avalia o desempenho dos gestores públicos e entende o exercício do voto eleitoral, a cada dois anos, mais como um peso e não como um direito legítimo ou mesmo como um passaporte para mudanças e assim, não reconhece e nem valoriza a força de que realmente dispõe. Em resumo, o descrédito da população brasileira em relação aos erros cometidos no passado pelos políticos e seus respectivos partidos, cada vez mais, alimenta e aprofunda o processo de alienação política do indivíduo, ou seja, faz com que o cidadão dê um tiro no próprio pé!
A Mudança da Atitude Pessoal
Estimulo a todos, principalmente aos jovens e adolescentes e às pessoas de bem, a não se afastarem do processo político. Pois, a Política exercida como vocação e com honradez, irá possibilitar e estimular a participação popular, de forma livre e soberana.
Seja um cidadão consciente e participativo. A cidadania não se expressa somente através do voto. O controle social da população sobre os agentes públicos deve ser um caminho a ser perseguido por todos. Apoie os movimentos de participação popular e também os projetos de iniciativa popular. A propósito, incentivo que você assine e divulgue a atual proposta de iniciativa popular visando a Reforma Política, deflagrada pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE – www.mcce.org.br).
A Consciência Política do Cidadão
A participação popular nos processos decisórios e a vigilância permanente de seus mandatários, bem como a existência de um sistema eleitoral e judiciário independentes e eficazes, são essenciais no processo de enfrentamento ou mesmo da mitigação da alienação política e no amadurecimento da democracia participativa. Enfim, tenho a firme convicção na validade e nos desdobramentos benéficos da efetiva participação do cidadão nos destinos da nação brasileira. Por isso, conclamo e estimulo a todos a se alistarem nesse exército, por mais desanimado e cansado que você esteja em relação a tudo que tenha vivenciado até aqui, em termos políticos. Continuo a acreditar na eficácia das atitudes individuais e na força da ação coletiva. Não deixe de fazer parte desse processo irreversível de mudanças que resultará, com certeza, em benefícios para todos os brasileiros. Fique ligado! Participe! Semeie essas ideias!